Pular para o conteúdo principal

Teste do Olhinho! Confira o site.

Site da Sociedade Brasileira de Oftalmologia Pediátrica

http://www.sbop.com.br/sbop/site/interna.asp?campo=60&secao_id=32

Teste do Olhinho





Muitos pais estão exigindo, ao nascimento de seus filhos, o “teste do pezinho”, onde, ambos, diagnóstico e tratamento precoce, evitam retardo mental. No entanto, por falta de informação, não indagam sobre a visão dos seus bebês, que pode estar sendo ameaçada desde o nascimento por diversas patologias facilmente detectáveis.
Na maioria dos serviços de neonatologia do país, os olhos dos recém-nascidos não são adequadamente examinados. Como resultado, mais de 50% dos recém-nascidos só tem a alteração descoberta quando estão cegos ou quase cegos para o resto da vida.
Tais seqüelas seriam prevenidas em grande parte se o problema fosse tratado no tempo certo. A cegueira infantil Oitenta por cento da cegueira mundial poderia ser evitada, sendo 60% curável e 20% preveníveis. Estima-se que existam 400 000 crianças cegas no mundo, sendo que 94% delas encontram-se nos “países em desenvolvimento”. Aproximadamente, uma criança fica cega a cada minuto no planeta. Devido à alta expectativa de vida de uma criança cega, atualmente, a cegueira infantil é responsável por 30% do total de gastos com cegueira no mundo. Uma criança cega tem muitos anos de cegueira pela frente, assim, o número de “anos-cegueira” devido à cegueira infantil só perde para os “anos-cegueira” causados pela catarata em adultos.
Importante lembrar que os “anos-cegueira” causados pela catarata em adultos ocorre geralmente na terceira idade, enquanto os “anos-cegueira” causados pela cegueira infantil afeta todos os anos produtivos da pessoa. No Brasil, estima-se que existam entre 25 000 a 30 000 crianças cegas, aproximadamente 150 a 180 crianças cegas para cada milhão de habitantes, e 600 a 720 crianças com visão subnormal para cada milhão de habitantes.
Com o intuito de serem diminuídas estas cifras, foi criada nos municípios do Rio de Janeiro e São Paulo, uma lei que exige a realização do “Teste do Reflexo Vermelho” em todos os recém-nascidos, antes da sua alta. Este teste passou a ser conhecido como “Teste do Olhinho”. Atualmente, um projeto de lei sobre o “Teste do Olhinho” está sendo elaborado no Município de Florianópolis, SC a fim de também tornar lei a realização deste teste nesta localidade. Teste do Olhinho Método: Este teste baseia-se na percepção do reflexo vermelho que aparece ao ser incidido um feixe de luz sob a superfície retiniana. Para que este reflexo possa ser visto, é necessário que o eixo óptico esteja livre, isto é, sem nenhum obstáculo à entrada e à saída de luz pelo orifício pupilar.

 Trata-se de um exame muito simples, rápido e indolor. O único equipamento necessário é um oftalmoscópio direto. A sala do exame deve ser escurecida, e um auxiliar deve segurar com delicadeza a cabeça do bebê. O oftalmoscópio deve ser posicionado a uma distância de aproximadamente 30 cm de cada olho do bebê, e o reflexo vermelho deve ser visto facilmente, homogêneo e simétrico em ambos os olhos. O teste pode ser realizado em menos de 5 minutos e pode ser feito por qualquer pediatra treinado. Quando o pediatra conseguir identificar o reflexo vermelho de ambos os olhos, o resultado é “normal”, mas se tiver dificuldade, o bebê deve ser encaminhado ao oftalmologista com urgência. Doenças detectáveis: O “TESTE DO OLHINHO” pode detectar qualquer patologia que cause obstrução no eixo visual como catarata, glaucoma congênito e qualquer outra patologia ocular que cause opacidade de meios, como opacidades congênitas de córnea, tumores intra-oculares grandes, inflamações intra-oculares importantes ou hemorragias intra-vítreas. A catarata congênita ocorre em 0.4% dos nascidos vivos e é uma importante causa de cegueira infantil, especialmente nos países “em desenvolvimento”, devido à alta incidência de infecções congênitas, como a rubéola. Nos países do “primeiro mundo”, a maior causa de catarata congênita é genética, geralmente herdada de forma autossômica dominante. Pode ser uni ou bilateral. Ao incidirmos a luz do oftalmoscópio direto sobre as pupilas de um bebê com catarata congênita, o reflexo vermelho não será visto de maneira clara ou uniforme. (Figura 1) O glaucoma congênito é na maioria das vezes herdado de forma autossômica recessiva e ocorre em aproximadamente 1 para cada 10:000 nascidos vivos. É geralmente bilateral e assimétrico. O aumento de pressão intra-ocular provoca rupturas no endotélio corneano, levando a edema de córnea. O edema de córnea impede a entrada normal de luz para dentro do olho, o que poderá ser visto ao ser realizado o teste do reflexo vermelho (Teste do Olhinho).
Quanto aos tumores malignos intra-oculares, o retinoblastoma é o mais freqüente na infância. Existem dois tipos de retinoblastoma: os resultantes de uma mutação somática, onde um fotorreceptor da retina sofreu uma mutação e desenvolveu o tumor, e outra, resultante de uma mutação germinativa (universal), onde todas as células do indivíduo carregam a mutação responsável pelo tumor. O retinoblastoma resultante de uma mutação somática é esporádico, sempre unilateral e raramente congênito. O retinoblastoma decorrente de uma mutação germinativa é transmitido de forma autossômica dominante, é bilateral em 30% dos casos e pode ser congênito. A incidência, em torno de 1 para cada 15 000 nascidos vivos, varia conforme o nível de desenvolvimento da região, sendo maior nos “países do primeiro mundo”, devido ao aumento da sobrevida dos bebês com retinoblastoma que podem transmitir os genes para seus descendentes. No Brasil, 60% dos retinoblastomas são diagnosticados tardiamente, quando já não é possível salvar o olho, e às vezes nem a vida da criança. A presença de uma massa intra-ocular pode interferir com o reflexo luminoso que vem da retina, e pode ser detectada pelo “Teste do Olhinho”. Entretanto, é importante salientar que este teste é um “screening” para todo bebê normal e não detecta a retinopatia da prematuridade. Caso o bebê seja prematuro (com menos de 32 semanas de gestação ou com peso de nascimento inferior a 1500g), o oftalmologista deve ser chamado para realizar exame de mapeamento de retina entre a quarta e a sexta semana de vida extra-uterina do prematuro.
 

Comentários

  1. Parabenizo você, Dr.Luissaulo pela propagação e orientação sobre a importância da realização do teste do olhinho.Pois, como colocaste é um exame que deveria ser realizado rotineiramente em bebês nos primeiros dias de vida, mas infelizmente ainda não acontece. Como especialista na área da visão tenho acompanhado que o resultado é catastrófico: mais de 50% das crianças tem o problema de visão descoberto qdo estão quase cegas ou cegas para o resto da vida.Que bom seria se todos os pediatras tivessem a mesma preocupação quanto a necessidade da realização deste exame que previne diversas patologias oculares.Um abraço! Vanda Dreyer, RS.

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

Raiva - Esquema de tto profilático de acordo com o MS - contribuição do aluno Eduardo Calegari

Referências aulas SMI-I

I) Professor Luissaulo Cunha Consulta em Pediatria - Tratado de Pediatria: Sociedade Brasileira de Pediatria/ [organizadores Dennis Alexander Rabelo Burns...[et al.]].-- 4. ed.--Barueri, SP: Manole, 2017. Habilidades Básicas do Pediatra. paginas 51-55. Autor- Tadeu Fernando Fernandes. 1) Fernandes TF. Habilidades básicas do pediatra. In: Burns DAR...et al.(eds). Tratado de Pediatria 4.ed. Barueri, SP: Manole, 2017. p. 51-5. 2) Gabel J. Cuidados de saúde preventivos da criança e do adolescente. In: Burns DAR...et al.(eds). Tratado de Pediatria 4.ed. Barueri, SP: Manole, 2017. p.56-8. 3) Andréa MLM, Daudt LE, Silva DB. Linfonodomegalias. In: Burns DAR...et al.(eds). Tratado de Pediatria 4.ed. Barueri, SP: Manole, 2017. p. 1601-5. II) Aulas do Prof. Luiz Fernando Sommacal Lesões precursoras do câncer do colo de útero (neoplasias intraepiteliais cervicais) Neoplasia maligna do colo de útero Bibliografia: Sellors JW, Sankaranarayanan R. Colposcopia e tratamento da neopla

Núcleo de Estímulo à Pesquisa Científica - SMI

Hoje tivemos a oportunidade de iniciar um núcleo, cujo objetivo primordial é incentivar professores e alunos, à intrigante e difícil tarefa que é tornar a pesquisa científica um desafio instigante e aprazível. Desta primeira reunião já ficou definida que dentro de um mês faremos a segunda reunião. Fica desde já marcada para dia 14 de abril de 2010 às 19 horas, na Unidade Hospitalar de Ensino. Serão convidados alunos que tem interesse em desenvolver projetos de pesquisa, já pensando na inscrição do próximo PUIC (Programa Unisul de Iniciação Científica). Hoje tivemos a apresentação de um pequeno resumo dos projetos que estão em desenvolvimento pelos alunos de Medicina da Unisul Jebsen Yanagihara Coelho Galvão e Samuel Cargnin Cunha. Contamos com as presenças dos professores Paulo Cruz Júnior e Luissaulo Cunha.  Entendemos que os alunos das fazes iniciais terão oportunidade de aprender com a experiência dos alunos que já tiveram oportunidade de desenvolver projetos de pesquisa e mesmo